domingo, 3 de abril de 2011

O beijo da morte


Eu me encontrava correndo, ofegando e aterrorizada, entrei em uma rua escura e dei de cara com aqueles olhos vermelhos e fantasmagóricos e ai eu desmaiei.
Os acontecimentos daquela noite vieram a minha cabeça, eu estava sentada na sala de aula super feliz, por que o gato novo da escola me chamou para sair. Math era tudo de bom, alto, com cabelos pretos desarrumados, olhos azuis, pele super pálida, lábios carnudos e um corpo de atleta. Ele estava aqui a duas semanas e todas as garotas o idolatravam, a única duvida era como ele veio parar nessa mine- cidade, gelada? Bom o que importa é que nessa noite ele me levaria para o baile, eu a garota quieta, desastrada e de cabelos longos e pretos da escola, a não-atleta, super magra, pálida e de olhos pretos, a garota do jornal da escola, a garota que todos chamam de...
- Mary Pope – Eu olhei assustada para a sala e percebi que a professora estava me chamando.
- Si...Sim – Eu gaguejei
- A Srt... – Por sorte bateu o sinal, eu levantei o mais rápido possível e fui para a lanchonete.
-Mary! –alguém me chamou, eu me virei e vi a minha melhor amiga Lissa acenando para mim, não acredito que ando com uma menina que devia ser modelo, ela era alta, bronzeada, um corpo curvolineo,cabelos longos e que pendiam em leves cachos dourados,seus olhos eram verdes e seus lábios eram carnudos e rosados.
-Oi, Liz, como foi à prova? –ela fez carreta e sorriu timidamente para mim.
-Sabe como é néh?Matemática é um saco! –fomos ate a cantina e compramos dois lanches de peito de peru. Nos sentamos perto da porta como sempre,ali dava para ver quem entrava e saia .
-Mas não quero saber da minha prova, quero saber o que vai usar no baile, porque afinal vai com o Math. – Ela me olhava com os olhos brilhantes e excitados.
Eu comecei uma longa descrição do meu vestido vermelho cumprido, e do sapato, maquiagem, cabelo, com a Lissa era assim, todo detalhe era preciso.
Quando acabou a aula eu fui direto para casa. Tomei um banho longo, passei creme lentamente pelo corpo e comecei a arrumar o cabelo, depois a maquiagem, só percebi que estava na hora , quando o idiota do meu irmão mais novo Brandon ,bateu na minha porta. Eu olhei no espelho e chequei o cabelo, maquiagem e vestido, estava tudo certo.
Quando cheguei à sala minha mãe disparou várias fotos, eu fiquei vermelha imediatamente e então  reparei que segurou a minha cintura,Math. Ele estava glorioso de smoking, seu cabelo todo desgrenhado e aquele sorriso com dentes perfeitos e brancos.
-Estou  me sentindo mau arrumado perto de você –Ele olhou bem nos meus olhos e eu corei de novo.
-Mas você sempre será mais bonito! –Eu disse baixinho, mas ele deve ter ouvido já que levantou a sobrancelha
-Vamos?!
-É vamos. –A minha mãe nos fez parar e tirar várias fotos. Quando finalmente fugimos, eu olhei atônita para o seu carro, era uma Mercedes novinha, preta e conversível.
-Nossa! Belo carro! –Ele somente sorriu e foi abrir a porta do passageiro para mim
-Preciso pegar algo no caminho, tudo bem? –Ele estava serio, mas isso me animou, talvez ele me levasse comprar um colar de diamantes.
-Tudo bem, hoje você me seqüestrou!  –Eu disse sorrindo. O resto do caminho não falamos nada, até que o carro parou em uma estrada perto do bosque na saída da cidade.
-Já que você falou em seqüestro porque você não me diverte? – No começo eu não entendi, achei que ele fosse um tarado, mas eu olhei para ele e gelei.
-Seus olhos estão... Estão vermelhos! –Ele somente sorriu
-É a sede está me matando, não vou agüentar muito tempo. –Ele apertou o meu pulso e colocou seus lábios no meu pescoço.
-NÃO, ME LARGA!  E gritei, saltei do carro e corri. Ele começou a gargalhar.
-AH, assim é bem mais divertido, hora de caçar.
Agora eu quase não o ouvia mais, eu estava correndo até a cidade, não ficava muito longe mais eu acabei caindo e rasguei o meu vestido. Eu cheguei á cidade, mas estava toda apagada. Eu estava aterrorizada e o vi em uma rua escura, foi ai que eu desmaiei.
Quando eu acordei estava em uma cama em um quarto escuro, eu ouvi vozes.
-Vamos deixe ela em paz, ela não é uma deles, eu provei seu sangue, ele é limpo. –A voz estava ansiosa.
-Chega math, ela já sabe muito e alias, estamos sem sobremesa essa noite. –Era uma voz feminina e super elegante com um sotaque inglês fantástico.
-Mas ela... –ele começou a falar, mas eu não fiquei para ouvir, corri para a porta e tentei fugir, infelizmente era de onde as vozes vinham.
-Olha, nosso docinho despertou. –Ela era linda, alta, magra, pálida, com cabelos vermelhos cereja e lisos que combinavam com o vermelho de seus olhos. Ela segurou o meu cabelo e me ergueu, eu gritei de dor.
-Rá rá rá, você está sofrendo? Então sinta isso. –Ela nem me deu tempo de falar, me jogou contra a parede me fazer bater as costas.
Math veio a mim como um flash.
-Chega! Agora não Persephone. –Ela se virou sorrindo e saiu, math me pegou nos braços e me levou para o sofá preto que tinha no canto da sala.
-Porque você esta fazendo isso? –Eu choraminguei  –Você nem me conhece!
-Eu sei, infelizmente é a minha natureza, beber sangue de gente inocente. –Ele parecia sério demais.
-Mas porque eu? –Eu estava chorando aos soluços, eu não sou má desse jeito. Ele somente me olhou e falar quase como se estivesse arrependido.
-Achamos que você fosse uma exterminadora, e não queríamos correr perigo, mas seu sangue é diferente dos deles, mas Persephone quer você como o seu lanche.
Eu fiquei muito assustada para ouvir mais sobre eles,mas parecia que ele não me deixaria esquecer.
-Eu quero me desculpar pelo incidente do carro. –Ela olhou para ele surpresa.
-Mas... é... por quê?- eu gaguejei
-Por causa do que eu fiz, porque é meu jeito de ser, é como a minha espécie deve ser, mas eu... –Ele parou sem terminar, parecia que ele estava triste com tudo isso.
-Mas você é diferente? Você não gosta, não é. Você não gosta de atacar? –Eu não sabia no que estava me metendo, mas ele era fascinante.
-Não, eu não gosto, eu não queria ser isso, mas Persephone me queria do seu lado, não tive como escapar depois da mudança. Era melhor ficar com ela não poderia fugir pelo mundo sem saber como ser e o que fazer. Que escolha eu tinha afinal? –De toda essa historia só uma parte me interessou. Eu acho que ainda gostava dele principalmente depois de todo esse desabafo.
-Você gosta dela? Quer dizer, ela é sua namorada? –Eu olhei nos seus olhos, que me estudavam e em seguida desviei minha atenção dos seus olhos vermelhos.
-Não ela era obcecada por mim, ela disse que eu teria muitas utilizações em seus planos. –Ele parou e colocou a mão no meu queixo, fazendo com que eu voltasse a olhar nos seus olhos. –Você queria que hoje fosse diferente não é? Queria que eu te desse outra coisa diferente de morte.
-Era meu primeiro baile. –Eu comecei a ficar vermelha, mas ele sorriu travesso.
-Então ta aqui seu presente! –Ele se aproximou e colocou seus lábios no meu, ele tinha um gosto doce e beijava muito bem e sua língua fazia um movimento totalmente hipnotizante na minha boca, era carinhoso e romântico. Quando ele se afastou, olhou novamente para mim, ele estava olhando bem fundo nos meus olhos. Ele se levantou em um pulo e me pegou pela mão.
-Venha vou te tirar daqui. Hoje você não vai morrer, não por minha causa.
Eu não discuti, saímos por uma porta preta e fomos até as escadas. Ele pediu para que ficasse em silêncio, mas não foi necessário. Ao chegarmos no fim da escada, Persephone nos esperava.
-Ah Math, que decepção, esta apaixonado pela sobremesa, isso é muito encantador, mas é uma tolice da sua parte achar que passaria por mim. –Ela disse as palavras tão gentilmente que quase me fez acreditar nela. De repente começou uma briga mortal e ele batia, ela batia, não sabia quem estava ganhando, até que ele gritou.
-Corra Mary, vá pela floresta. – E eu corri como ele mandou, mas eu estava machucada. Aquela floresta era escura e me dava medo, e Math, eu não sei o que seria dele. Eu ouvi um barulho e gritei. Nem olhei para trás só comi, até achar a estrada que levava a cidade, mas não fui capaz de ir adiante, algo me jogou em uma árvore.
-Ora ora, já que o Math a quer tanto... – Ela me mordeu e eu gritei e me debati de dor e depois desmaiei.
Eu sentia dor e um fogo que queimava todo meu corpo, até que um momento depois eu despertei. A primeira coisa que vi foi que a minha visão estava melhor e a segunda, que tinha alguém segurando a minha mão, eu olhei para o lado e o vi lindo como sempre com o seu cabelo preto e agora com uma dor que aparecia pelo seu rosto.
-Isso não deveria ter acontecido, eu deveria... –Eu não sabia sobre o que ele estava falando, mas o parei na hora.
-Hey camarada, eu estou bem, ela não me matou. –Eu sorri para ele, mas isso só o deixou mais furioso e triste.
-Não te matou Mary? Venha e olhe só como você esta! –Ele me puxou e me conduziu até o espelho, eu me vi, mas não fui capaz de vê-lo. Foi então que eu vi meus olhos no espelho, eles estavam vermelhos.
- Ah-meu- deus! – Eu gritei –Eu sou... E porque posso me ver no espelho?
-Porque ela tinha razão, você é uma exterminadora e agora também uma vampira. Você é hibrida. –Ele estava quase salivando de raiva.
-Então eu posso te matar? –Eu estava bem espantada.
-Sim e pode me fazer um grande favor, matar Persephone! –Ele ainda estava serio, mas aquelas palavras o deixaram parecer cruel.
O nervosismo tomava conta de mim, mas eu realmente queria acabar com ela, por detonar meu baile e meus olhos.
Eu  encontrei ela na sala, olhando pela janela, ela se virou e me encarou, eu não senti medo, caminhei até ela com a estaca que math me deu  na mão atrás das costas, ela sorriu ao me ver e eu sorri também. Quando estava perto o suficiente, eu a retirei das costas e ao enterrei no seu coração.
-Acabou seu mostro nojento e asqueroso! –Ela me deu um olhar apavorado e começou a cair. E finalmente acabou.
Eu me virei e encarei o Math que estava aplaudindo
-Bem fácil não? Agora é a minha vez, me liberte! –Eu arregalei os olhos para ele.
-Não! Você não pode... Você tem que... Ficar... Comigo! –Eu gaguejei cada palavra com uma dor no coração que só aumentava mais e mais.
-Não Mary, entenda, eu tenho que descansar, eu não quero mais matar, quero ser livre. Por favor, me mande para o lugar a que pertenço.
Apesar de tudo a dor de matar alguém que se ama é algo extremamente mais difícil que a dor da sua própria morte, depois de liberta-ló, eu comecei o meu aprendizado e minha viagem para libertar todos os que precisam, eu faria isso pelo Math, pela minha família. Eu faria isso por mim!

fim

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